quarta-feira, 29 de junho de 2011

o que seria viver dignamente?


Eis uma pergunta que com certeza traz muitas respostas. E para algumas pessoas seria ter um carro do ano, colocar os filhos nos colégios mais caros, ter um bom plano de saúde e tomar sua cerveja com churrasco no domingo.
Fico verdadeiramente com pena de quem chama qualquer mobilização e tem esse tipo de ponto de vista por traz das reivindicações, pois isso mostra o quanto a “luta” é vazia. Visto que se alguém reivindica aumento de salário para dar boa educação aos filhos colocando-os numa escola cara, isso significa que alem de alienado, em achar que ser adestrado para fazer um vestibular é sinônimo de boa educação, trata-se também de um acomodado, pois é muito dura a luta de ser cidadão comum e exigir um ensino publico de qualidade, que já nos custa bem caro em todos os impostos que pagamos.
Da mesma forma em relação a saúde, o meio mais pratico de ter uma boa assistência á saúde é desembolsar alguns caros reais mensalmente para alimentar a industria dos planos de saúde. Infelizmente essa é uma realidade brasileira que é somada como um dos fatores responsáveis pelo desmoronamento do que deveria ser o Sistema Único de Saúde. Até mesmo os profissionais do SUS se vendem aos planos de saúde, que ironia não é mesmo?
Pergunto novamente, será que ter uma vida digna é ter subsídios o suficiente para se isolar das mazelas sociais a que o povo esta mergulhado? É se tornar cada vez alienado e acomodado em pagar para ter em vez de lutar para conquistar? É achar que porque se carrega um ou vários diplomas é um ser superior que não “merece” trabalhar como tantos outros brasileiros?
E o que diríamos dos pedreiros, lavadeiras, arrumadeiras, professores, garis, cozinheiros, brincantes populares, agricultores e muitos outros trabalhadores do povo, não tem uma vida digna ou não merecem altos salários por não estarem “salvando vidas”?
Entendam minha pretensão não consiste em enfraquecer qualquer reivindicação salarial, é tentar levar uma reflexão do que se quer com isso e os resultados sociais que essa reivindicação salarial podem trazer. É tentar mostrar que o argumento de “ter dois ou três vínculos empregatícios para viver dignamente” é um argumento fraco aos olhos das pessoas criticas, alem de ser uma ilusão capital que só aumenta o abismo entre os vários setores do povo. Se isolar dos problemas e das lutas do povo, não é bem uma atitude digna é uma atitude fácil, pois ao se isolar desses problemas (que é a grande filosofia do capitalismo) é concordar com o massacre social a que as classes do povo estão expostas.

É por isso que falo que essa ideologia por traz das reivindicaçoes torna a luta vazia, pois trata-se de uma luta egoista. E por isso nao acarretará grandes resultados, alem das contas bancarias da categoria.
Por fim pergunto o que faz mais sentido trabalhar bem para ser bem pago ou ser bem pago para trabalhar bem? Eis uma incógnita que aqui no nosso cariri tem se mostrado bem difícil de se resolver em varias categorias profissionais, porque nem sendo bem pago a maioria dos profissionais trabalha bem.

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